quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Quem é burra aqui hein?

Hoje pela manhã estava lembrando do meu tempo de escola. O motivo. Aquela piadinha de loira burra. Claro que isso nunca foi diretamente comigo, já que eu não sou loira, e naquele tempo nem importava muito, pelo simples fato de ser alvo principal de bullying das queridas amigas de cabelos amarelo como o sol e os olhos como o azul do céu. Quem diria! Por trás de tanta beleza, um poço de crueldade. Perdi as contas de quantas vezes eu me sentia o monstro mais horrível da face da terra, e como coisa ruim nunca anda só, elas andavam em grupo, com as garotas mais populares da escola, ou filhas de professoras. Mas como nem todo Judas é Iscariotes, há exceções.
As vezes a gente tem a terrível mania de papagaio, repete tudo o que ouve, sem nem saber o real sentido delas.
E na minha viagem às lembranças, parei na rodoviária de 2007.
Segundo alguns boatos, a pessoa veio para Rondônia com a intenção de me namorar e casar, ja me conhecia a alguns anos e queria me apresentar aos pais. Se ofereceu para me ajudar a estudar, e me formar. Em todo o caso eu teria que sair daqui rumo á Minas. Tudo beleza. Pelo menos era assim que eu pensava, até ter que fazer das tripas ao coração o fulano entender que eu tava muito nova pra casório, e claro, eu não queria.
Então um dia ficamos conversando, imagina que na hora começou uma piadinha de loira, e eu quis saber o porquê da piada. Ele não soube responder, mas contou uma história interessante.
Um dia, em uma de suas viagens, ele conheceu uma loira muito bonita, como a tal piadinha tava na cachola, ele foi logo sendo todo cortês, a pessoa mais gentil. Como um cavalheiro, abriu a porta do elevador e deixou ela entrar primeiro. Pediu um táxi e perguntou se ela queria ir junto, até se ofereceu para pagar a corrida, no restaurante tomaram café, e depois se encontraram para almoçar, e quem pagou? Ele. Já no fim do dia, enquanto estavam no elevador, ele faz a famosa pergunta: - Por que a loira é burra? Então ela parou por alguns segundos, e quando a porta do elevador se abriu, ela saiu e ele voltou a perguntar. Ela respondeu: - Me diga você. Eu sou uma mulher loira e eu tinha muitas coisas por fazer hoje, peguei táxi, tomei café, almocei e jantei sem pagar um centavo, e agora estou indo direto para o meu quarto pegar minhas malas para ir embora. Quem é burra aqui?
E a porta do elevador se fechou, e ele, ficou sem ação.
Juro que não pude conter as gargalhadas na hora, parece que eu tava vendo a expressão do rosto dele naquele momento. Mas eu mesma queria saber de onde surgiu esse "loira burra".
Ninguém sabia explicar direito, ao contrário, era piada atrás de piada. Cheguei a conclusão de que o burro na história é aquele que vive fazendo a gracinha sem nem saber o que significa.
Então eu resolvi pesquisar. E encotrei algumas possíveis respostas.
O estereótipo de loira burra foi montado por empresários judeus que objetivavam denegrir a raça ariana, a superiodade da raça branca da ideologia nazista, e usaram a imagem da atriz Marylin Monroe.
Em outras, indicam que a difamação das loiras, não passou de publicidade, para poder alavancar a venda de cosméticos, tinturas de cabelo.
Segundo um psicologo americano, a difamação não passa de inveja por parte das morenas, por supostamente não serem tão lindas como as loiras.
Em outro resultado diz que, essa expressao surgiu em Hollywood com um filme de Jean Harlow que foi talvez a primeira loira burra que morreu aos 26 anos quando filmava "Saratoga". Ela foi invenção de um milhonário que se chamava Howard Hughes, que mesmo preferindo as loiras, acabava se casando com as morenas.
As loiras, quando não eram naturais (poucas: talvez só Ginger Rogers), tingiam seus cabelos e foram conhecidas como "loiras oxigenadas". À maioria das loiras eram dados papéis de mulheres fúteis, inocentes que acreditavam em príncipes encantados ou se expressavam mal. E a vida imita a arte e vice versa. Mas, naquele então, poucos diretores fizeram pelas loiras e ainda estavam as feministas de plantao para "atirar pedras".
Essa imagem e os estereótipos filmados geraram este preconceito que com o tempo só se tornou motivo de piada, já que está mais que provado que em todas as sociedades, há mulheres ignorantes, tanto loiras como morenas.
Na música de Gabriel Pensador qualquer mulher de qualquer raça ou tipo de cabelo pode resvalar e se prestar à ênfase do estereótipo.
Entre tantas respostas uma delas me chamou atenção. Isso foi um amigo de escola que me disse. Se a loira é burra, então porque as mulheres que tem seus lindos cabelos negros, e castanhos se prestam a uma mudança cosmética? Loira burra pra mim é aquela mulher invejosa, que pinta seus cabelos não para agradar a si mesmo ou se sentir bem. Mas para mostrar para outra mulher que ela é mais poderosa e atraente, bancando a fútil para conseguir ser o centro das atenções.
Uma resposta dura, mas, convicente, tem sentido, provavelmente não seja explicação para o estereótipo que passa de geração a geração.
Mulher ou homem sem importar a cor, podem ser ignorantes, as vezes ingênuos ou apenas soberbos demais. Prova disso são as piadas que acabam agredindo e ferindo a outra pessoa.

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