domingo, 20 de março de 2011

Sinto.

Acho que nunca vi algo tão agressivo e terno ao mesmo tempo. Só de olhar, meu corpo toma um impulso, como se quisesse fazer a mesma coisa, as vezes é bem mais forte, cada toque, cada levada do ritmo faz minhas pernas saírem de si. As mãos ficam vivas, e o corpo começa a querer falar.
Vejo um duelo entre olhos, lutando uns com os outros pra ver quem sai vencedor.
É um jogo de poder e sedução, de ternura e força, não há vencedores, senão a própria música. O par tem que dançar, dar mais brilho. A pista é inteira deles, não importam quantos mais estejam nela, naquele momento, com aquela música, serão somente eles. Olho a olho, corpo a corpo e seus pés desenham várias nuances, com deslizes e batidas. As mãos serão lanças e escudos, seguram uma a outra, deslizam sobre o corpo do par, e rodopiam no ar.
O mistério acompanha o casal a dança inteira, os rostos colados, procuram riscar o muro enigmático para ver além. As pernas se entrelaçam e se soltam, os corpos vão e voltam. Quanto mais se dança, mais se quer dançar.
Ah! paciência, eu ainda não sei dançar. Apesar disso eu não consigo deixar de sentir quando ouço tocar.
Tango querido, me faz suar, só de pensar...

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