segunda-feira, 16 de maio de 2011

Para Narciso.

Olá meu caro Narciso, como vão as coisas por aí?
As notícias daqui são as de sempre, muita promessa para poucos cumprimentos.
No mais contamos com as belezas da natureza, que por sinal a cada dia que passa o bixo-homem a destrói, alegando querer um espaço para habitar. Mas digo que nunca vi tantos túmulos em pé como vejo dia após dia, no mínimo os seus moradores são ratos, baratas e outros bixos desses que adoram uma ruína e decadência, morada perfeita, e já contam com as próximas que ficarão abandonadas, pois darão lugar as outras que serão construidas em cima de novas derrubadas.
Que todo mundo quer morar bem eu entendo, até eu quero, mas está passando dos limites.
Certo dia estava a beira do rio e lembrei de você, fiquei sabendo que se apaixonou por ti mesmo. Mas aqui tu morrerias de desgosto, as pessoas estão jogando seus detritos nas águas elas ficam cada vez mais escuras e turvas, acredito que não teria como ver teu próprio reflexo mas veria refletido o que muitas pessoas são de verdade. Não é preciso andar muito para ver uma canaleta, valas e águas de esgotos da cidade indo para o rio.
Mas mudando um pouco de assunto, queria te dizer que estou pasma por saber que se apaixonou por ti mesmo. Não! Tudo bem que nós temos que nos amar primeiro, para depois amar aos outros mas tu exagerou um bocadinho, não acha?!
E te digo mais, apesar de ainda ser tão jovem, afirmo que não há nada melhor do que ver a si mesmo nos olhos de uma pessoa. A doçura é tão visível que sua beleza é multiplicada, contemplar um sorriso é muito melhor do que ficar apenas se admirando, é melhor ainda se o sorriso for para você a sensação é ótima.
Bem, vou ficando por aqui. Melhoras para você, e dê notícias.
Abraços

sábado, 7 de maio de 2011

Os anos se vão.

Algum dia, não importa o mês, ano ou semana, mas sempre se recebe uma visita do cupido. Deveria ser proibido, ou sei lá, ter uma plaquinha de "Não Entre" ou "Não Perturbe". Ao menos era assim que pensava Láila.
Sempre sorridente, sentia- se tão livre quanto um pássaro no ar, suas asas abertas cortavam ventos, sua casa era o céu. Seus amigos eram poucos, mas não havia pra quem Láila não sorrisse e não tivesse carinho.
Seu belo sorriso conquistava muitos, e era motivo de inveja também, mas ela sabia que não poderia agradar a todos, nem se quisesse.
Láila era brincalhona, tinha seu mau humor, de gênio forte, um pouco fria, mas paciente, de bom coração, sua teimosia era sua marca. Procurava tratar a todos com igualdade, havia quem confundisse seu jeito de ser, mas ela não ligava.
Um dia em especial conversava com um amigo, de longa data, mas, algo de estranho estava acontecendo. Ela não sabia definir o que era, apenas olhou bem para os olhos dele e sentiu- se mergulhando neles. Nesse exato instante o passarinho chegara perto demais do rio, não estava preparado para nadar ou mergulhar, ninguém nunca sabe o que há debaixo d'água, mas ela retoma seu vôo sem danos, pelo menos era o que ela pensava.
Uma gota estava na ponta de uma das asas, e já não se podia enxugar.
Em mais um dia, eles brincam com a música que começa a tocar. Quem ouvia? somente eles. Pois estavam na mesma sintonia. No bosque ela rodopiava, cantava e sorria, suas mãos estavam unidas às mãos dele, a orquestra era inquestionável, no silêncio as mais belas melodias só podia ser ouvida por eles. A dança foi parando, como um baile que dá uma pausa para os casais agradecerem. Os sorrisos foram sumindo, os corpos estavam juntos e se aproximavam cada vez mais, de rostos colados, deslizavam até que seus olhares se encontraram. Nada mais se movia, a não ser seus tórax, a respiração ofegante, os lábios ardiam, se chamavam, mas antes que pudessem se encontrar, rapidamente ela repele, como um imã em contato com um corpo de mesma polaridade, mas as energias se invertem quando ele abre seus braços e olhando fixamente para ela, e a toma, envolve a, e seus rostos voltam para si... Os lábios se chamam cada vez mais.
Pobre passarinho, está com seus pés na água, molhou as suas asas, apesar disso ainda encontrou um jeito de recuar, pois sabe que se for mais além poderá se afogar. Infelizmente a água deixou mais do que um simples molhado, suas penas não estavam lubrificadas e penetrou nos poros. Ela retoma seu vôo, a água fica sem entender. Todos os dias ela sobrevoa o rio, mas já não chega tão perto.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Mas será o Benedito!!!

Quem um dia nunca se perguntou o motivo do seu nome?
O que deu na cabeça dos meus pais?
A coisa piora quando os colegas transformam seu nome numa piadinha, inventam cada uma mais irritante que a outra. Isso quando os pais não vivem confundindo os nomes dos próprios filhos, pois por algum motivo resolveram colocar parecidos.
Certo dia você chega na escola, e a professora faz a Chamada, então lá vem seu nome, por vezes bem mal pronunciado.
- Se escreve com "i" ou "y"? Com um "l" ou dois? Com "v" ou com "w"?... E por aí vai.
Eu tenho duas primas, são irmãs e seus nomes são parecidos, e confesso que as vezes até eu acabo confundindo (Rosiele e Rosilene), por isso eu as chamo por apelido.
Minha mãe tem uma amiga que se apresenta por Bené, detesta ser chamada de Benedita, e ai de quem falar, corre o risco de levar um carão. Outro se chama Benedicto, do latim, mais conhecido pelo sobrenome e... eu? Bem, no meu caso, muita gente acha que "Edicléia" é comprido demais, ou difícil de memorizar, então logo tratam de encurtá-lo ou me dão um apelido, o mais conhecido na faculdade de música era "Rapunzel" por causa do cabelo longo.
Felizmente meus amigos e eu podemos agradecer por que ainda são nomes generosos, e por falar nisso, eu tinha um colega de infância que se chamava "Generoso" que de generoso, só o nome, logo mais conheci uma senhora por nome de "Generosa". E quando eu pensei que já tinha ouvido de tudo eu conheci a dona "Teronilza", o senhor "Astrogildo", a "Socorro", o "Maninho"... Enfim.
Pesquisando na internet, descobri que há piores, provavelmente os pais estavam com muita raiva ou doidos. Imagina como essas criaturas não foram zuadas, ou são. Talvez não sejam verdadeiros, sejam só coisinhas da internet que alguém colocou pra chamar a atenção.
O caso é que, nome é uma coisa um pouco complicada, você nem nasceu e já tem gente planejando como vai te chamar. Por vezes se nasce e vai o que surgir primeiro.
Então, eu falei e falei, mas você nem me disse seu nome. Eu sou Edicléia, mas pode me chamar de Edi. E o seu?