domingo, 25 de setembro de 2011

Mataram a Isabela

Sinceramente. As vezes eu não sei o que pensar em relação aos programas televisivos. Em alguns momentos eu sinto medo de ligar a TV e de repente dar de cara com algum amigo ensanguentado caído no "asfalto" da BR364. Toda vez que parto pela BR afora, eu sei que se não for por Deus, não será por mais ninguém, a cada animal esmagado na rodovia, penso que poderia ser uma criança, um idoso ou mesmo eu. As pessoas voam como se não tivesse tempo nem para respirar mais. 
Nesses momentos eu escuto aquela pergunta, "Onde está Deus, quando isso tudo acontece aqui?". Eu realmente sei a resposta, por mais que eu especule, eu sei. Acho que algumas pessoas não entenderam ainda o propósito de não haver interferência. Muitos estão mesmo é preocupados com suas panelinhas, que vão alimentar a si mesmo, e o resto que se dane. Mas não vou me aprofundar nisso por agora. 
Mesmo dentro da cidade, andar de bicicleta é como viver as Aventuras de Indiana Jones, a pedrinha escapou aqui e bateu ali, e lá vem o grande espírito ruim da intolerância. E é incrível a rapidez de alguns repórteres, parece até que já tinham previsto aquele acidente. Se bem que pelo caminho que está seguindo, é realmente previsível, nem é preciso ser sensitivo. 
E tem gente que faz de tudo, mas de tudo mesmo, por alguns minutinhos de fama. Um certo dia, assim que cheguei da faculdade, sentei-me em uma cadeira na cozinha e de lá assistia a um programa humorístico, ou  o que restou dele. Naquela ocasião, o programa acabava de começar, apresentando um stand up comedy. O humorista falava sobre aqueles indivíduos detidos, la na delegacia, onde o repórter chega pra conversar ele cobre o rosto e diz "Eu não sei de nada não moço... Eu não tenho nada a declarar". Enquanto o repórter pergunta, por que o camarada fez tal coisa, de onde veio e bla bla bla, o sujeito vai dizendo que não, não, não e não, até que começa a descobrir o rosto e dá o seu show, manda até beijinho pra filhota que está em casa e adora assistir o programa.
Bom! Esses ainda são o de menos né. E se você chegar todo dia do serviço, estressado, cansado, morrendo de fome e quiser a companhia do jornal pro almoço? Imediatamente....
"... O corpo foi encontrado há dois metros da calçada do edifício, apresentava sinais de espancamento e...".
Zapeando...
"... a polícia suspeita que os agressores tenham sido o pai e a madrasta..."
Zapeando...
"... imagens de uma das câmeras internas do prédio mostra que..."
Zapeando e zapeando, e é a mesma coisa. De manhã, de tarde e de noite, o dia todo, a semana, o mês inteiro...  a pobre menina foi morta mais de 600 vezes só em um mês diante de milhares de olhos, mas ninguém denunciou.

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